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Blog de Moda Passaporte Fashionista

Diretamente de Paris

HAUTE COUTURE OU PRÊT-À-PORTER

Andrea Furco
Paris, 28/06/2019

Dúvida muito constante no mundo fashion, as pessoas ainda têm dificuldades na hora de diferenciar os termos Haute Couture e Prêt-à-Porter e identificar o conceito que cada um deles representa e em quais ocasiões são admitidos.Então, vamos lá.

O Passaporte Fashionista te conta tudinho sobre os termos e suas histórias!

Em francês Haute Couture e em português Alta-Costura, o termo foi criado na França, em 1858, pelo designer de moda inglês Charles Frederick Worth, que o introduziu durante a realização do seu primeiro desfile, quando utilizou modelos de verdade para apresentar suas peças feitas sob medida e não cabides de roupa como era usado nesta época. ​ Pioneiro, suas ideias serviram para fundamentar as regras que, atualmente, regem o mercado da Alta-Costura. O estilista também foi o primeiro a colocar uma etiqueta com o próprio nome em uma peça, além de ter criado a tradição de coleções por estação.

Com isso, em 1868, dez anos após a criação da casa Worth, Charles precisou se sindicalizar, pois sua marca possuía funcionários, além da necessidade de dar um nome ao tipo de roupa sofisticada que ele produzia. Nascia, assim, a Câmara Sindical da Costura, Fabricantes de Roupas e Alfaiates para Mulheres.

No entanto, foi somente em meados de 1940, a fim de evitar que a Chambre Syndicale fosse levada para Alemanha por Adolf Hitler, que, o então presidente dela, o costureiro Lucien Lelong, criou as regras da Alta-Costura. Com isso, em 1945, a Câmara Sindical passou a se chamar Chambre Syndicale de la Haute Couture, tendo como principal exigência de que só existiria Haute Couture em Paris. Assim, com o passar dos anos, e com o objetivo de difundir o trabalho sofisticado, luxuoso e artesanal das casas de moda francesas e contribuir para que Paris se solidificasse como capital da moda do mundo, as regras foram se tornando mais rígidas. Deste modo, para ser considerada Haute Couture, as roupas devem ser peças únicas, feitas à mão e sob medida.

O ateliê também precisa possuir, pelo menos, 15 funcionários em tempo integral, além de 20 técnicos em uma das suas oficinas, e, obrigatoriamente, produzir 25 looks com opções para o dia e noite, desfilar duas vezes ao ano e ter, no mínimo, um perfume no catálogo. Outro detalhe, e que não é regra, mas que se tornou uma tradição, é o encerramento dos desfiles das coleções da Haute Couture com um vestido de noiva. Dividida em membros fixos, correspondentes e convidados, na Haute Couture não há limites para a criação. O designer de moda é livre para desenvolver peças mais conceituais e é de onde saem as ideias que ganham um toque mais comercial no Prêt-à-Porter.

​Já o termo Prêt-à-Porter, ou pronto para vestir, foi criado, em 1949, pelo estilista francês J. C. Weil após o término da Segunda Guerra Mundial. O conceito se popularizou de forma muita rápida, justamente por oferecer maior praticidade, variedade de estilos e preços mais acessíveis ao público consumidor. Isso também se deve ao fato de que, no Prêt-à-Porter, as peças não são produzidas para um cliente em específico, mas para um mercado em que várias pessoas possam ter acesso. Assim, se de um lado Prêt-à-Porter entrava em seu auge, do outro, a Alta-Costura vivia uma crescente decadência nos anos 50.

Com a sua popularização, o conceito de Prêt-à-Porter acabou sendo associado a diversos designers e marcas, agregando valor estético às peças desenvolvidas por eles e ganhando outras esferas fashion e de mercado, tornando-se um verdadeiro produto da moda. Assim, a partir deste momento, as marcas começaram a pensar de forma mais comercial também, investindo em publicidade. Diferentemente da Haute Couture, que se aplica apenas em Paris, o Prêt-à-Porter está presente nas semanas de moda de todo o mundo, permitindo a mistura de vários estilos, além de ter viabilizado o surgimento do trabalho de consultoria de imagem e estilo, com qualidade, diante de um bom – e cada vez mais exigente – mercado consumidor.

Quer saber mais sobre as marcas que compõem a Haute Couture, como elas trabalham e quais serão as próximas tendências ditas pelo Prêt-à-Porter? Se inscreva nos cursos do Passaporte Fashionista.

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Bisous,

 Andrea Furco